Deputado fluminense foi eleito com 285 votos
contra 170 do seu concorrente direto, o deputado Rogério Rosso. O presidente
dos trabalhos José Maranhão encerrou a votação logo após da meia noite...
O deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ)
venceu a eleição na madrugada desta quinta-feira 14 e é o novo presidente da
Câmara dos Deputados. Ele derrotou o deputado Rogério Rosso (PSD-DF) no segundo
turno por 285 votos contra 170. Dos 460 parlamentares presentes, cinco votaram
em branco.
Um dos favoritos desde o início da disputa,
Maia irá comandar a Câmara dos deputados em um mandato-tampão, até fevereiro de 2017, quando
terminaria a gestão do ex-presidente da casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que renunciou ao cargo na
semana passada.
Em seu discurso antes da primeira votação,
Maia citou diversos ex-presidentes da Câmara, como Ulysses Guimarães, Ibsen
Pinheiro, Aécio Neves e Michel Temer. Ao se referir a Temer, elogiou a
“sabedoria” do presidente interino. “Michel Temer nunca foi capaz de cometer um
gesto que o apequenasse”, disse.
Nos bastidores, o Planalto trabalhou para
levar Rosso e Maia para o segundo turno, já que ambos são da base aliada de
Temer. Ao novo presidente caberá, por exemplo, colocar em votação medidas
apresentadas pelo governo interino, como a Proposta de Emenda à Constituição
(PEC) que limita os gastos públicos.
Maia recebeu o apoio oficial de partidos que
faziam oposição à presidenta Dilma Rousseff, como o próprio DEM, o PSDB e o
PPS, além do PSB. O PT também chegou a prometer votos a Maia, mas o partido
acabou dividido após o anúncio das candidaturas de Luiza Erundina (PSOL-SP) e
Orlando Silva (PCdoB).
No segundo turno a bancada foi liberada, e o
deputado do DEM agiu para conquistar votos petistas. Antes da segunda votação,
Maia afirmou, em seu discurso, que foi "muito criticado porque dialogava
com a esquerda". "Essa casa precisa de diálogo. Esse plenário tem 512
deputados eleitos. Nenhum deles, nenhum de nós pode ser excluído", disse.
"Quem quer calar a oposição não quer
democracia. Nós queremos uma oposição forte ao nosso governo, que vai ajudar a
enxergar os nossos erros", continuou Maia.
Rodrigo Maia foi indicado por Cunha para
cargos importantes, como o de relator da reforma política. Rosso, no entanto,
era o favorito do ex-presidente da Casa, e sua candidatura recebeu o apoio do
chamado “centrão”, bloco criado para sustentar Cunha e formado por 13 partidos
(PP, PR, PSD, PTB, PRB, PSC, PHS, Pros, PSL, PTN, PEN, PTdoB e Solidariedade).
A vitória expressiva de Maia representa,
assim, uma derrota de Cunha, que tentava emplacar um aliado fiel na presidência
da Casa para escapar da cassação, que deve ser votada em agosto pelo plenário.
Após o anúncio da vitória de Maia, deputados entoaram "fora Cunha".
Filho do ex-prefeito do Rio Cesar Maia,
Rodrigo Maia está em seu quinto mandato como deputado federal. Embora não seja
oficialmente investigado, o novo presidente da Câmara teve seu nome citado na
Operação Lava Jato por Léo Pinheiro, da empreiteira OAS.
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