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quinta-feira, 16 de abril de 2015

Crise tá grande...Reajuste da energia elétrica já castiga indústria no Rio Grande do Norte!

Fiern alerta que a competitividade das empresas pode ser afetada com novo aumento.
Os reajustes de energia estão castigando a indústria no Rio Grande do Norte, que já está enfraquecida por causa da desaceleração econômica no país. Após a implantação do sistema de bandeiras, que está em vigor no Brasil desde o mês de janeiro – indicando se a energia custará mais, ou menos, em função das condições de geração de eletricidade – foi autorizado um aumento médio de 9,57 nas contas de energia de clientes da Cosern, distribuidora que atua no Rio Grande do Norte.

O aumento na tarifa, autorizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), começará a valer no dia 22 abril. Para os consumidores de baixa tensão, que inclui os clientes residenciais), a alta será de 7,41%. Já para a alta tensão, que afeta os clientes industriais e comerciais de médio e grande porte, o aumento será de 14,41%.

Para a Federação da Indústria do RN (Fiern), a situação deixará empresas, comércio e população com a ‘vela na mão’. “Com o custo elevadíssimo de produção e as companhias energéticas quebradas, todos nós ficaremos com a vela na mão. O pior é que esse é só mais um dos aumentos que ainda podem acontecer”, afirmou o presidente da Fiern, Amaro Sales.

Com relação às Indústrias, Amaro Sales ressalta a importância das empresas avaliarem o momento para não prejudicarem ainda mais a competitividade no cenário nacional e até internacional.

“Esse aumento vem um momento de muita instabilidade, de alta de juros, apertos fiscais. O custo com energia elétrica é um dos três maiores a indústria tem e, sem sombra de dúvidas, vai afetar os trabalhos de um modo geral. O empresário precisará otimizar seus gastos, colocá-los no centro de custos e avaliar como será possível diminuir a conta”, disse Amaro Sales.

Empresário do segmento Têxtil, João Batista de Lima, que representa a Fiern no Conselho de Consumidores de Energia Elétrica da Cosern, comenta que a energia no Rio Grande do Norte é a quinta mais cara do mundo, sendo o dobro do que é praticado na China, principal concorrente das empresas instaladas no RN.

“Os maiores custos da Indústria são com matéria-prima, mão-de-obra e energia, exatamente nesta ordem. Quando aumenta o custo com matéria-prima, é possível importá-la de outros locais. Com mão-de-obra e energia não”, conta. “Temos a quinta energia mais cara e com esses aumentos só estamos perdendo competitividade”, observou João Lima.

Para o empresário, o setor industrial terá enfrentar este momento com muita inteligência, trabalho e criatividade. “Teremos que lutar para sermos mais eficientes, economizando e juntando esforços. Porém, independente do que seja feito por nós, perderemos competitividade”, garantiu.

Reajuste tarifário anual

O reajuste anunciado pela Cosern tem variação anual, prevista no contrato de concessão das distribuidoras. São mecanismos de correção monetária e também de atualização dos custos não gerenciáveis pela distribuidora como os referentes à compra da energia junto aos geradores, custos de transmissão, encargos setoriais.

Além dos valores de tarifas fixados pela ANEEL, são cobrados impostos na conta dos consumidores, como ICMS, PIS e COFINS, e as Bandeiras Tarifárias. Conforme definido pela administração municipal, também é cobrada na conta de energia a Contribuição de Iluminação Pública (CIP), tributo repassado pela Cosern diretamente para as prefeituras municipais, que são as responsáveis pelos serviços de projeto, implantação, expansão, operação e manutenção das instalações de iluminação pública.

Os encargos setoriais e tributos continuam tendo uma grande participação nos custos da tarifa de energia elétrica, representando 36,4% da mesma. Já as despesas com a compra e transmissão de energia respondem por 40,1%. Cabem à Cosern os 23,5% restantes para cobrir os custos de operação, manutenção, administração do serviço e investimentos. Isso significa que, para uma conta de R$ 100,00, por exemplo, apenas R$ 23,50 ficam com a Cosern para operar e expandir todo o sistema elétrico no estado.

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