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sexta-feira, 29 de agosto de 2014

José Dias: “Marina Silva quer ver Henrique Alves extirpado da política brasileira”

José Dias afirma que vitória de Marina para presidente, “fecha as portas” para Henrique em Brasília.
O deputado estadual José Dias (PSD) afirmou que a intenção da candidata do PSB a Presidência da República, Marina Silva, é extirpar o atual presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, candidato do PMDB a governador do Rio Grande do Norte, “extirpado” da cena política brasileira.

A declaração de Dias ocorre um dia após a presidente estadual do PSB, Wilma de Faria, aliada de Henrique nessas eleições, afirmar, em entrevista ao Jornal de Hoje, que a candidatura de Marina cresce e crescerá ainda mais. “Marina declarou nos jornais que, na nova política, não há espaço para políticos como Sarney, Collor, Jarbas Barbalho, Eduardo Cunha e Henrique Eduardo. Esse povo todo, Marina elencou como representantes daquilo que ela quer ver extirpado da política brasileira”, afirmou Dilma.

Se bom para Wilma, que disputa o Senado, a vitória de Marina, segundo José Dias, seria péssima para Henrique, que faz campanha e marketing focado na ideia de que sabe os caminhos e irá abrir as portas para o RN em Brasília. “Essas portas que Henrique dizia que seriam abertas, para ele vão ser muito estreitas”, afirmou.

Na visão dele, a entrada de Marina na corrida sucessória e o desempenho da ex-ministra do Meio Ambiente geram reflexos no Rio Grande do Norte negativos para a candidatura de Henrique. “Acho que foi um tiro mortal no marketing do acordão, cujo candidato propala que é o único que é capaz de trazer recursos mirabolantes para o RN. Ora, ele estava contando isso na expectativa da eleição tranquila da presidente Dilma. Hoje, com a perspectiva de Marina ganhar no segundo turno, eu acredito que essas portas que ele dizia que estariam abertas para ele, estariam totalmente fechadas”, disse.

Portanto, a entrada de Marina altera o quadro sucessório no RN. “Se tivéssemos em bolsa de valores, seria uma declaração relevante, que muda tudo. A alegação de que só Henrique abre espaço em Brasília era, além de exclusivista, autoritária, egoística e inverídica, porque ninguém tem força por si”, avalia José Dias. Para ele, “Henrique desconhece que a força que qualquer político tem é a do cargo e do povo. Porque o cargo é permanente, o povo é permanente, mas o mandatário, que está ocupando o lugar por delegação do povo, é provisório”, lembra, concluindo, em seguida: “Então, essa historia de que só eu tenho força está mais para filme americano de herói, e não para o político. O político não é o mandante, mas o mandatário. A grande dificuldade de Henrique será explicar como vai ser a figura que chega a Brasília e a porta da Presidência da República vai estar aberta para ele, como Irene chegando ao céu no poema de Manuel Bandeira”.

“O inverno russo da campanha do acordão já chegou”

O deputado José Dias é crítico mordaz da campanha de Henrique ao governo do Estado. Segundo ele, os acordos que o peemedebista tem feito para alcançar a vitória eleitoral estão se voltando contra, vez que não estão sendo cumpridos. “O que ele está prometendo não chegou. Os acordos que ele fez não chegaram. As pessoas confessam, não temos a prova material, confessam em grau de confiança. Mas é fato. Que hoje é corriqueiro”, diz.

José Dias comenta declaração do ministro da Previdência, Garibaldi Filho (PMDB), que disse que Henrique era corajoso demais ao assumir tantos compromissos. “Independente de qualquer resultado de pesquisa, que não são evidentemente de uma confiabilidade religiosa, eu acho que o inverno russo da campanha do acordão já chegou. Isso se deve, na realidade, a um fator que o senador Garibaldi, de forma muito espontânea, disse em Umarizal, e o JH repercutiu: que achava que Henrique tinha uma coragem que ele não tinha de prometer o que não podia cumprir. E a hora do cumprimento, da realização, chegou e o candidato falhou”.

INCOMPATIBILIDADES

Dias registra outra declaração de Garibaldi, que afirmou que Henrique não tinha disparado nas pesquisas porque os apoios das lideranças não tinham chegado ao povo. “O que temos que desenvolver, é que chegar ao povo era impossível, porque absolutamente contraditório. A memória do povo, dizem que é curta, mas não é apagada totalmente. Toda a população do RN viveu os conflitos, as disputas, as acusações, e olhe que as acusações que foram feitas por dona Wilma ao PMDB, especialmente a Henrique, e ao próprio Garibaldi, em relação a Garibaldi injustas, foram acusações muito graves. As acusações que o PMDB também levantou contra dona Wilma, e não vou muito longe, na campanha de prefeito, foram de forma tão virulenta, que ela teve que desaparecer da propaganda de Carlos Eduardo, porque a presença dela estava contaminando a imagem de Carlos Eduardo”, disse, se referindo à campanha de Hermano Morais (PMDB) contra Carlos Eduardo em 2012. “Todos nós que lemos jornais, lembramos as manchetes de forma até violenta, que a Tribuna divulgou em relação ao governo de dona Wilma. Então não há como essa mensagem atual chegar ao publico de forma positiva. Está pesando violentamente”.

Do JH

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