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quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Delegados “cobram” dos governadoráveis soluções urgentes para insegurança do RN

Associação dos Delegados da Polícia Civil do Rio Grande do Norte listou uma série de sugestões para os candidatos a governo do estado.
Com a proximidade das eleições e com os índices de violência no Estado nas alturas, diversas categorias estão aproveitando para “cobrar” dos candidatos a implantação de projetos que possam trazer mais segurança para o Rio Grande do Norte. Nesta quarta-feira (27), os delegados da Polícia Civil do RN receberam os governadoráveis e aproveitaram a oportunidade para apresentar sugestões para a área.

De acordo com a presidente da Associação dos Delegados da Polícia Civil do RN (Adepol-RN), Ana Cláudia Saraiva, a única solução para diminuir os índices de violência é ter a questão como prioridade no Governo. “A população está clamando por segurança. A situação atual é consequência da falta de política continuada na área. Priorizar a segurança significa não contingenciar recursos. Nos últimos três anos, enviamos pedidos de emenda de orçamentos para a Assembleia Legislativa para que tivéssemos condições para aparelhar as delegacias. Mas infelizmente esses recursos não chegaram. Em 2013, por exemplo, tínhamos uma previsão orçamentária para investimentos em uma ordem de mais de R$ 7 milhões. Desse valor, apenas R$ 16 mil foi efetivamente autorizado. Isso falando das fontes do tesouro estadual”, argumentou.

Assim como o Sindicato dos Policiais Civis e Servidores da Segurança Pública do RN (Sinpol-RN), a Adepol também criticou a atual estrutura da corporação. “Nós temos grandes dificuldades para trabalhar. É um somatório de problemas que se acumulam há anos. A população cresceu, os índices de violência aumentaram e os investimentos não chegaram. O crime se organiza cada vez mais e a Polícia Civil do Estado foi ficando para trás. As delegacias estão sucateadas. Estamos sofrendo com a falta de equipamentos de proteção e de equipamentos para o trabalho no dia a dia”, destacou a presidente da Associação.

Nesta terça (26), o Ministério Público informou que o Rio Grande do Norte tem 2015 casos de assassinatos que ainda não passaram por qualquer tipo de investigação. Para Ana Cláudia, esses números estão diretamente ligados com a falta de condições de trabalho na Polícia Civil.

“Hoje, pelo grande esforço dos gestores da Polícia Civil, conseguimos, recentemente, não implantar a Divisão de Homicídios, que é o ideal, mas fazer uma melhoria na Delegacia de Homicídios (Dehom) e que os resultados já estão aparecendo, pois agora temos policiais da Dehom nos locais dos crimes. Foi uma melhoria, mas é inegável que o baixo índice de elucidação é exatamente por falta de condições. Temos um grave problema de efetivo, que é quase de 70% e temos o sucateamento total das unidades policiais”. “Não basta apenas prender. A PM é indispensável na hora de prender e de evitar, mas se não tivermos a repreensão qualificada, a retenção no que tinge a autoria do crime de modo que os criminosos realmente sejam punidos, nunca conseguiremos diminuir a violência. Esse aumento de violência do Estado acontece pela falta de condições de investigações efetivas que temos”, disse a delegada.

Ana Cláudia também criticou a atual situação do Instituto Técnico-Científico da Polícia (Itep). “O delegado de polícia é autoridade policial e jurídica. Para que ele tenha provas, ele precisa de um Itep que tenha condições. E todo mundo sabe que a situação do Itep hoje está longe do ideal, mesmo com todo o esforço que tem sido feito pela atual diretora. O Itep dispõe de equipamento que não pode ser instalado por falta de estrutura do prédio. Sem investimento, ninguém vai fazer milagre”.

Para finalizar, a delegada ainda frisou que a Adepol sugeriu para os governadoráveis a criação e reestruturação de delegacias. “O RN não tem delegacia especializada em crimes cibernéticos e esse é um dos projetos que temos para apresentar. Precisamos recriar a Delegacia de Patrimônio Público. Precisamos criar a Divisão de Narcóticos, para combater as drogas, que são um dos maiores problemas que temos. Temos que criar uma Central de Polícia, onde possamos concentrar todas as delegacias especializadas em um só local. A partir daí, os meios e recursos serão otimizados, além de facilitar o acesso para o cidadão e a comunicação entre as delegacias. Então projetos não faltam. Temos projetos, idéias, agora o que inviabiliza é falta de recurso e de investimento. Precisamos de decisão política e de vontade, não só de falar e planejar. Espero que o novo Governo entenda essa situação”.

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